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Arquitetos: Dimitri Roussel, Manal Rachdi OXO architects, Nicolas Laisné, Sou Fujimoto Architects
- Área: 10 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Cyrille Weiner
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Fabricantes: Accoya
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em 2013, o conselho municipal de Montpellier lançou o concurso “Folie Richter”, cujo objetivo era a concepção de uma edificação que fosse um novo marco para a cidade, enriquecendo seu patrimônio arquitetônico. A RFP enfatizou o desejo de um projeto ousado, mas que se integrasse ao seu ambiente circundante e incluísse habitação e comércio. Manal Rachdi, Nicolas Laisné e Dimitri Roussel decidiram convidar o arquiteto japonês Sou Fujimoto para o projeto. Todos buscam inspiração na natureza, mesmo que a expressem de maneiras muito diferentes. No L'Arbre Blanc, essas quatro visões seriam mutuamente enriquecedoras.
Para reinventar a torre, os arquitetos se concentraram na dimensão humana, criando espaços públicos na parte inferior e superior do edifício: o térreo é um espaço com paredes de vidro que se abre para a rua, enquanto no telhado há um bar aberto para o público e uma área comum para os moradores, para que até os donos dos apartamentos do primeiro andar tenham a oportunidade de apreciar a vista. Mas o que diferencia o projeto é o seu desenho. Os quatro arquitetos criaram um edifício inspirado em uma árvore, com varandas que se ramificam do tronco e sombras que brotam e protegem sua fachada. A atenção dada à sua localização e aos estilos de vida locais guiou os arquitetos durante toda a fase de projeto.
As muitas varandas e pérgolas realmente promovem a vida ao ar livre e permitem um novo tipo de relacionamento entre os moradores. Cada apartamento possui um espaço ao ar livre de pelo menos 7m² (o maior possui 35m²), com vários níveis de privacidade e opções de layout. Além disso, os moradores dos apartamentos duplex podem se mover de uma sacada para a outra. Para que todos os apartamentos tenham vistas agradáveis, os arquitetos esculpiram o projeto com uma série de experimentos espaciais usando modelos 3D físicos. Dentre as muitas inovações técnicas do L'Arbre Blanc destacam-se os terraços, cujos balanços chegam a 7,5 metros de comprimento, únicos no mundo. Estes espaços exteriores excepcionais são salas de estar que estão ligadas às habitações de forma a permitir que os residentes vivenciem tanto o lado de dentro quanto o de fora, um luxo para uma cidade banhada pelo sol durante 80% do ano!
As proporções das varandas enfatizam este objetivo de abraçar o ambiente externo, como as folhas que desdobram em busca da luz do sol. Estas generosas varandas são também uma resposta à necessidade de soluções ambientais estreitamente adaptadas à “ecologia do sul”. Formando um véu protetor eficaz para a fachada, elas fornecem a sombra necessária e direcionam os ventos para ajudar o ar a circular mais harmoniosamente. Os arquitetos adotaram uma nova visão sobre torres de apartamentos para esse empreendimento de uso misto. Para curar a síndrome da torre inacessível, houve um foco real no espaço público, incluindo a ampliação de um parque ao longo do rio Lez e a abertura da torre para o público.
O edifício de 17 andares participa ativamente da vida da cidade, visando, em primeiro lugar, ser acessível a todas as pessoas de Montpellier, com uma galeria de arte no térreo e um bar na cobertura ligado a um jardim panorâmico. Ao permitir que as pessoas se apropriem da torre, ela se tornará um objeto de orgulho para o povo de Montpellier e uma atração turística.